domingo, 11 de julho de 2010

Mulheres como animação

Hoje estava assistindo Faustão e vendo aquelas meninas dançando o que me faz pensar que como a cultura nos toma e sem percebermos tudo passa a ser tão normal, meninas dançando e fazendo animação como se fossem aqueles palhaços que haviam na corte.
Quando escrevo sobre isso, penso que pode ser muito exagero da minha parte, mas em uma escala diferente é praticamente a mesma coisa. Não existem homens divertindo as pessoas, esse papel é sempre reservado a mulher e que acaba sendo uma coisa natural. E como a maioria faz esse papel sem perceber.
Gostaria muito que as pessoas parassem e pensassem, seria tão mais interessante...Mas infelizmente só posso fazer a minha parte e continuar tentando sofrer menos pelas coisas que as outras mulheres fazem. Será que é possível??? Eu não consigo me enquadrar nesse papel.
Misturando um pouco as coisas vejo a galera, muitos homens metendo o pau nas mulheres que saem na playboy, vão pro Big Brother e saem nessas revistas e esses mesmos homens que metem o pau querem ver elas sim, baixam suas revistas, compram as revistas que elas sairam, então que porra de hipocrisia vivemos?...

sábado, 8 de maio de 2010

O poder masculino

Peguei esse texto em um blog no qual acompanho http://cynthiasemiramis.org/.
Achei interessante o conceito e imaginei como seria, pior que acho que seria dessa forma.

"Morar na Índia me fez compreender que a minoria branca do mundo passou séculos nos enganando para que acreditássemos que a pele branca faz uma pessoa superior a outra. Mas na verdade a pele branca só é mais suscetível aos raios ultravioleta e propensa a rugas.

Ler Freud me deixou igualmente cética quanto à inveja do pênis. O poder de dar à luz faz a “inveja do útero” mais lógica e um órgão tão externo e desprotegido como o pênis deixa os homens extremamente vulneráveis.

Mas ao ouvir recentemente uma mulher descrever a chegada inesperada de sua menstruação (uma mancha vermelha se espalhara em seu vestido enquanto ela discutia, inflamada, num palco) eu ainda ranjo os dentes de constrangimento. Isto é, até ela explicar que quando foi informada aos sussurros deste acontecimento óbvio, ela dissera a uma platéia 100% masculina: “Vocês deveriam estar orgulhosos de ter uma mulher menstruada em seu palco. É provavelmente a primeira coisa real que acontece com vocês em muitos anos!”

Risos. Alívio. Ela transformara o negativo em positivo. E de alguma forma sua história se misturou à Índia e a Freud para me fazer compreender finalmente o poder do pensamento positivo. Tudo o que for característico de um grupo “superior” será sempre usado como justificativa para sua superioridade e tudo o que for característico de um grupo “inferior” será usado para justificar suas provações. Homens negros eram recrutados para empregos mal pagos por serem, segundo diziam, mais fortes do que os brancos, enquanto as mulheres eram relegadas a empregos mal pagos por serem mais “fracas’. Como disse o garotinho quando lhe perguntaram se ele gostaria de ser advogado quando crescesse, como a mãe, “Que nada, isso é trabalho de mulher.” A lógica nada tem a ver com a opressão.

Então, o que aconteceria se, de repente, como num passe de mágica, os homens menstruassem e as mulheres não?

Claramente, a menstruação se tornaria motivo de inveja, de gabações, um evento tipicamente masculino:

Os homens se gabariam da duração e do volume.

Os rapazes se refeririam a ela como o invejadíssimo marco do início da masculinidade. Presentes, cerimônias religiosas, jantares familiares e festinhas de rapazes marcariam o dia.

Para evitar uma perda mensal de produtividade entre os poderosos, o Congresso fundaria o Instituto Nacional da Dismenorréia. Os médicos pesquisariam muito pouco a respeito dos males do coração, contra os quais os homens estariam, hormonalmente, protegidos
e muito a respeito das cólicas menstruais.

Absorventes íntimos seriam subsidiados pelo governo federal e teriam sua distribuição gratuita. E, é claro, muitos homens pagariam mais caro pelo prestígio de marcas como Tampões Paul Newman, Absorventes Mohammad Ali, John Wayne Absorventes Super e Miniabsorventes e Suportes Atléticos Joe Namath — “Para aqueles dias de fluxo leve”.

As estatísticas mostrariam que o desempenho masculino nos esportes melhora durante a menstruação, período no qual conquistam um maior numero de medalhas olímpicas.

Generais, direitistas, políticos e fundamentalistas religiosos citariam a menstruação (“men-struação”, de homem em inglês) como prova de que só mesmo os homens poderiam servir a Deus e à nação nos campos de batalha (“Você precisa dar seu sangue para tirar sangue”), ocupariam os mais altos cargos (“Como é que as mulheres podem ser ferozes o bastante sem um ciclo mensal regido pelo planeta Marte?”), ser padres, pastores, o Próprio Deus (“Ele nos deu este sangue pelos nossos pecados”), ou rabinos (“Como não possuem uma purgação mensal para as suas impurezas, as mulheres não são limpas”).

Liberais do sexo masculino insistiriam em que as mulheres são seres iguais, apenas diferentes. Diriam também que qualquer mulher poderia se juntar à sua luta, contanto que reconhecesse a supremacia dos direitos menstruais (“O resto não passa de uma questão”) ou então teria de ferir-se seriamente uma vez por mês (“Você precisa dar seu sangue pela revolução”).

O povo da malandragem inventaria novas gírias (“Aquele ali é de usar três absorventes de cada vez”) e se cumprimentariam, com toda a malandragem, pelas esquinas dizendo coisas tais como:

— Cara, tu tá bonito pacas!
— É cara, tô de chico!

Programas de televisão discutiriam abertamente o assunto. (No seriado Happy Days: Richie e Potsie tentam convencer Fonzie de que ele ainda é “The Fonz”, embora tenha pulado duas menstruações seguidas. Hill Street Blues: o distrito policial inteiro entra no mesmo ciclo.) Assim como os jornais, (TERROR DO VERÃO: TUBARÕES AMEAÇAM HOMENS MENSTRUADOS. JUIZ CITA MENSTRUAÇÃO EM PERDÃO A ESTUPRADOR.) E os filmes fariam o mesmo (Newman e Redford em Irmãos de Sangue).

Os homens convenceriam as mulheres de que o sexo é mais prazeroso “naqueles dias”. Diriam que as lésbicas têm medo de sangue e, portanto, da própria vida, embora elas precisassem mesmo era de um bom homem menstruado.

As faculdades de medicina limitariam o ingresso de mulheres (“elas podem desmaiar ao verem sangue”).

É claro que os intelectuais criariam os argumentos mais morais e mais lógicos. Sem aquele dom biológico para medir os ciclos da lua e dos planetas, como pode uma mulher dominar qualquer disciplina que exigisse uma maior noção de tempo, de espaço e da matemática,
ou mesmo a habilidade de medir o que quer que fosse? Na filosofia e na religião, como pode uma mulher compensar o fato de estar desconectada do ritmo do universo? Ou mesmo, como pode compensar a falta de uma morte simbólica e da ressurreição todo mês?

A menopausa seria celebrada como um acontecimento positivo, o símbolo de que os homens já haviam acumulado uma quantidade suficiente de sabedoria cíclica para não precisar mais da menstruação.

Os liberais do sexo masculino de todas as áreas seriam gentis com as mulheres. O fato “desses seres” não possuírem o dom de medir a vida, os liberais explicariam, já é em si castigo bastante.

E como será que as mulheres seriam treinadas para reagir? Podemos imaginar uma mulher da direita concordando com todos os argumentos com um masoquismo valente e sorridente. (‘A Emenda de Igualdade de Direitos forçaria as donas de casa a se ferirem todos os meses : Phyllis Schlafy. “O sangue de seu marido é tão sagrado quanto o de Jesus e, portanto, sexy também!”: Marabel Morgan.) Reformistas e Abelhas Rainhas ajustariam suas vidas em torno dos homens que as rodeariam. As feministas explicariam incansavelmente que os homens também precisam ser libertados da falsa impressão da agressividade marciana, assim como as mulheres teriam de escapar às amarras da “inveja menstrual”. As feministas radicais diriam ainda que a opressão das que não menstruam é o padrão para todas as outras opressões. (“Os vampiros foram os primeiros a lutar pela nossa liberdade!”) As feministas culturais exaltariam as imagens femininas, sem sangue, na arte e na literatura. As feministas socialistas insistiriam em que, uma vez que o capitalismo e o imperialismo fossem derrubados, as mulheres também mens-truariam. (“Se as mulheres não menstruam hoje, na Rússia”, explicariam, “é apenas porque o verdadeiro socialismo não pode existir rodeado pelo capitalismo.”)

Em suma, nós descobriríamos, como já deveríamos ter adivinhado, que a lógica está nos olhos do lógico. (Por exemplo, aqui está uma idéia para os teóricos e lógicos: se é verdade que as mulheres se tornam menos racionais e mais emocionais no início do ciclo menstrual, quando o nível de hormônios femininos está mais baixo do que nunca, então por que não seria lógico afirmar que em tais dias as mulheres comportam-se mais como os homens se portam o mês inteiro? Eu deixo outros improvisos a seu cargo.*

A verdade é que, se os homens menstruassem, as justificativas do poder simplesmente se estenderiam, sem parar.

Se permitíssemos."


— 1978

terça-feira, 4 de maio de 2010

Homem

Como as pessoas são levadas pela cultura sem perceber e de uma maneira tão forte e incutida, menosprezando e achando feio o órgão masculino e ser tão natural e belo o órgão feminino. Entendo que há gostos e isso é de cada um, porém como pode tanta mulher achar feio o pênis, homens nem comentariam isso e todos admirarem o corpo feminino. Continua me surpreendendo que isso aconteça e acho muito difícil ser apenas uma questão de gosto, acho que está implicitamente ligado à nossa cultura da valorização de seios, bundas e bucetas.
Nunca entendi como TODAS minhas amigas e amigos não conseguem nem olhar pro pau exposto (apesar disso ser uma coisa bem rara, ou vc vê ao vivo ou tem que procurar muito), lembro que adolescente pensava isso, achava bonito e excitante mas tinha alguma coisa proibida, hj já não acho nem um pouco proibido, só sinto uma proibição da mídia, do controle indireto da nossa cultura que faz com que mulheres e seus corpos sejam totalmente aceitáveis e naturalmente expostos em contrapartida o homem continua escondido com seu falo feio.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Opressão

Como lidar com uma situação que deveria ser natural mas não é. Infelizmente queria saber e descobrir pra que tudo fosse mais fácil e sem sofrimento, mas ainda não cheguei a esse ponto. Acho que já passei da fase da indignação, estou tentando encontrar a fase do tanto faz, mas continua sendo complicado. Pois apesar de ser o certo, estar no tanto faz, entra a parte onde acho que não é justo.
Não consigo fazer de um simples momento apenas um simples momento.
Sei que acabo impondo um peso e lógico que a pressão acaba rolando, não é uma coisa natural mas sei que se ele tivesse sozinho não teria problema, pois ser homem é crescer vendo isso e odeio ser um peso de opressão. Queria tanto que isso não existisse...Não queria deixar de dar importância pois não consigo não me importar com coisas injustas, apenas queria que não existisse, que isso fosse uma situação equilibrada.

terça-feira, 2 de março de 2010

Propaganda da Cerveja Devassa

Sabe que me impressionou a repercussão que essa propaganda teve. Há um tempo atrás fui no bar da Devassa aqui em São Paulo, e confesso que achei muito esquisito pedir uma cerveja com características femininas "Ah, garçom, me vê uma loira" ou " Me vê uma índia". Enfim, nada confortável pedir uma cerveja dessa maneira e também não gostei de demandar essa tarefa ao até então meu namorado, hoje meu marido. Bom, os anos se passaram e semana passada me deparei com a propaganda da cerveja Devassa. Achei a propaganda bem apelativa e incômoda. O que eu fiz então, escrevi para eles relatando meu desapontamento com o tipo de anúncio, disse que gostava muito de tomar cerveja, mas que com esse tipo de apelo eu não tomaria a cerveja deles. Depois de uns três dias comecei a ver pipocar na imprensa que a propaganda seria tirada do ar. Num primeiro momento fiquei feliz, mas não sei se é o caso de tirar da mídia, o que acho é que esses publicitários meia boca não entenderam que hoje estamos num período que é necessário rever posicionamentos e que esse tipo de propaganda é tão voltada ao público masculino que eles perderão uma fatia considerável de consumidores, pelo menos é isso que eu espero. Não acho que seja necessário desveícular a propaganda mas o que acho é que o mais legal seria eles perderem consumidores.
Enfim, acho importante todos se manifestarem e se ela foi tirada do ar é porque realmente as pessoas se sentiram ofendidas e quem sabe com esse tipo de atitude o mundo evolua com maior velocidade pois eu particularmente cansei de ver propagandas voltadas ao público masculino e eu como mulher me sinto no mínimo deixada de lado desse processo, sendo que com essas atitudes eu me sinto incluída num processo de exclusão.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Rótulo

Esse é um tema que me incomoda e não consigo entender. Rotular, pré - conceituar as coisas, atitudes, enfim, vivemos num mundo que ainda se mostra incapaz de viver naturalmente suas diferenças, também não acho que devemos viver igualmente dado o fato de que somos diferentes, mas que devemos apenas viver livremente, naturalmente, cada qual com seu jeito de ser. Ontem estava vendo uma reportagem na GNT, onde a apresentadora dizia "nós mulheres fazemos sexo quando estamos felizes, que diferentemente dos homens que fazem sexo para buscar o prazer e se sentirem bem". Eu Fico pensando que sou muito diferente desses rótulos, pois se não estou bem, amo transar para me sentir bem. Admiro homens nus e não acho que só gay goste de ver outros homens, pois eu acho muito bonito o corpo masculino. E não tem nenhuma revista voltada pra quem goste do membro masculino. Por outro lado, tenho diversos comportamentos femininos, adoro conversar, comprar. Enfim, não dá para continuar definindo coisas de homens e mulheres. Vamos viver cada um com seu estilo, com seus valores, com suas aptidões e habilidades, suas paixões indiferentes de sermos diferenciados pelo sexo.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Puteiro de mulher

Teve uma época que pensava o por que as mulheres não tinham oportunidade de puteiros e desse tipo de diversão, e uma amiga me falou uma coisa que me fez repensar e me fez pensar que realmente não precisamos disso. Ela me disse que puteiro de mulher é a balada. E é verdade, quantas vezes já saí pra balada, conheci um cara bonitinho, fiquei com ele, fui pra casa, transamos e nunca mais atendi suas ligações, não quis mais falar com ele, enfim, não precisei pagar mas foi apenas uma boa noite de sexo.
Quanto aos homens, também já senti que os caras tem vergonha de ter que pagar pelo sexo. Acho saudável isso, quanta mais as mulheres e os homens evoluírem, ninguém precisará pagar por sexo, as mulheres precisam se libertar da coisa amor ligado ao sexo e os homens precisam se libertar de que só com puta que é bom, que se conhecer uma menina na balada vai ter que ter um envolvimento maior. É um ciclo que precisa ser quebrado.